segunda-feira, 10 de junho de 2019

A minha vida atrás de um blogue de culinária, três anos depois.

Mais de três anos se passaram da última vez que escrevi neste blogue (ainda está alguém desse lado?). A vida foi acontecendo, o blogue já estava moribundo, o tempo escasseava, então, aos poucos, deixei acumular as receitas, deixei de tirar fotos ao que cozinhava, até que deixei de publicar. De vez em quando pensava no blogue com carinho, principalmente quando recebia algum email ou comentário desse lado ou quando cozinhava algo que me sabia mesmo bem. Pensava algumas vezes em voltar, mas foram três anos loucos, cheios de mudanças, cheios de trabalho. 

Então, o que me deu hoje para voltar a escrever aqui?

Agora acalmei. Da minha vida de 2016 pouco resta, e ainda bem. Por detrás deste ecrã, não estava uma pessoa lá muito feliz. E receitas cozinhadas no meio de angustias e lágrimas acabam por fazer mal ao fígado, não é verdade? Arranjei um trabalho, depois outro, depois outros. Pelo meio fiz o meu estágio profissional que consegui manter à custa dos outros trabalhos e de repente, depressa demais, já estava a dar consultas sozinha. Mudei de casa, terminei o meu relacionamento da altura. Mudei de casa novamente, encontrei o amor da minha vida. Fui despedida de um trabalho que sempre odiei, e acabou por ser uma das melhores coisas que me podiam ter acontecido. Juntei-me com o meu namorado. Mudei de casa novamente. O meu namorado foi despedido e de repente éramos dois sem emprego e com uma casa para sustentar. Os meus familiares mudaram-se, alguns para milhares de quilómetros longe de mim, e fiquei sozinha na minha cidade que cada vez tem mais gente. A minha irmã passou pelo período mais difícil da vida dela e eu achei que aquele ano não iria terminar nunca. 

E, depois, tudo começou a melhorar.

Apareceu-me uma oportunidade e comecei a trabalhar exclusivamente na minha área. Passei a ter dias de folga e dormir 8h por dia. Comecei a pós graduação. Fui pedida em casamento. Tirei duas semanas de férias e fui ver o meu pai. A minha mãe voltou, a minha irmã engravidou. Passei para um trabalho a contrato, na minha área. De repente, já não me lembrava da última vez que tinha chorado de tristeza. Mas ainda faltava alguma coisa. 

Decidi fazer o chão tremer. Acordava e adormecia com a mesma pergunta na cabeça "Estou a ir para onde quero estar?". Alterei as condições do meu trabalho, troquei o certo pelo incerto e o estável pelo instável. Comprei um carro maior, um carro onde coubessem os meus sonhos, mesmo sem certezas de algum dia os concretizar. Fui tratar da minha saúde. Comecei a trabalhar para o futuro, mas desta vez sem medo do futuro. Comprei uma casa. Gastei quase a totalidade das poupanças para o casamento a torná-la minha, a torná-la nossa. E hoje, ao voltar do IKEA para uma casa de pantanas, ainda com metade das nossas coisas em caixotes (mas, finalmente, com todos os meus livros perto de mim), suados, cansados, de pés inchados, sem gás ainda para um banho de água quente, cheia de medo do futuro misturado com entusiasmo, percebi: finalmente, não falta nada. 

Então sentei-me a escrever no blogue. 


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Bolo de Cenoura, Laranja e Coco (vegan e sem açúcar)


Olá a todos! :D Já estava com tantas saudades do blogue! Posso pôr-me aqui com desculpas sobre o facto de ter ficado sem partilhar nenhuma receita durante tanto tempo (pareceu-me uns mil anos!) mas não quero maçar ninguém. O importante é que estou de volta e com muitas ideias para "ressuscitar" este cantinho!


Para já não posso adiantar muito mais, por isso deixo-vos com uma receita de um bolo que, apesar de sem açúcar, resultou muito bem. Devido a estar a levar uma alimentação maioritariamente macrobiótica (primeira pista para as novidades do blogue!), ultimamente tenho feito bastantes bolos sem açúcar. Alguns correm bem, outros são uma catástrofe, e outros ficam uma delícia - foi o caso deste! Ninguém vai adivinhar que não puseram açúcar (para além dos já naturalmente presentes nos ingredientes) e mesmo que adivinhem, acreditem que ninguém vai sentir a falta.

Este bolinho foi feito para um lanche-piquenique improvisado em cima da hora, no domingo passado, e soube mesmo bem. O que sobejou foi sendo comido à noite com uma caneca de chá, mas já não caiu tão bem. Estava bom (ou melhor, estava ótimo!) mas faltava a companhia daqueles de quem gostamos de partilhar tudo, desde os momentos bons da vida a bolos sem açúcar. Aquelas pessoas docinhas que só por si adoçam a nossa vida. E talvez por isso, tornem o açúcar nos bolos completamente desnecessário :) 


Ingredientes
  • 3 cenouras médias cozidas e em puré
  • 1 cháv. farinha de trigo integral
  • 1 cháv. farinha de milho
  • 1/2 cháv. coco ralado
  • Raspa e sumo de 2 laranjas
  • 1 c, chá de bicarbonato
  • 1 c. chá de fermento em pó
  • 2 c. chá de vinagre de sidra
  • 2 c. sopa de óleo
  • 1 cháv. sumo de maçã sem açúcar à base de concentrado
  • 3 c. sopa de geleia de arroz
  • 1 c. chá de essência de baunilha

Modo de fazer
1 - Misturar o puré de cenoura, as farinhas, o coco ralado, a raspa da laranja, o bicarbonato e o fermento.
2 - Misturar (numa taça à parte) o sumo de laranja, o vinagre de sidra, o óleo, o sumo de maçã, a geleia de arroz e a essência de baunilha.
3 - Juntar à mistura de farinha e envolver bem com uma colher de pau.
4 - Desejar numa forma untada e enfarinhada. 
5 - Levar ao forno pré-aquecido a 180º durante 45 min.

Bom apetite!

12 fatias
Cerca de 145 kcal/fatia



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Bolo de Limão Vegan para uma Oração que ninguém queria


Não sei se sabem (certamente já devo ter referido aqui) mas eu dou catequese. Já há muitos, muitos anos (faz este mês precisamente 10 anos) por isso quando comecei eu era pouco mais do que uma criança. 

Quando vejo alguns do meu primeiro ano de catequese, que se sentavam ao meu colo e que agora estão com barba e namoradas, sinto-me velha, mas velha. Já passei inúmeras aventuras associadas ao processo de dar catequese (vida de "beata" - como eu me auto denomino às vezes - é cheia de adrenalina, não pensem!) e não consigo explicar por palavras a quantidade de coisas que aprendi ao longo destes anos, a vários níveis. 


Aparentemente, não foi o suficiente para me ensinar a lidar com miúdos na puberdade. Acho que nada nos prepara psicologicamente para lidar com rebolares de olhos e suspiros de enfado. Nem os 10 anos de catequese, nem um curso e mestrado em psicologia.

Custa admitir, mas eu e o meu amigo J. (que dá catequese comigo)... estávamos habituados a ser amados. É tão fácil sermos amados por crianças dos 5 aos 10 anos. Basta fazermos um jogo de 5 min no inicio de cada sessão e ouvi-los atentamente e dar-lhes total liberdade para terem opiniões (infelizmente, para a grande maioria das crianças isto não acontece com frequência, nem jogos nem opiniões pessoais) e somos deles, inteiramente. Com mais velhos é mais difícil, odeiam-nos por princípio e temos de dar provas para merecermos o seu amor :P


Eu e o J. somos de organizar orações de grupo, de promover um contacto mais próximo com Deus, "acalmar" de vez em quando as borboletas que se acumulam na nossa cabeça. As orações com as crianças pequenas correram sempre super bem, como até referi uma vez aqui no meu falecido blogue pessoal

Agora experimentar fazer orações com miúdos na puberdade? Ahah. 

Não é preciso dizer que não fomos lá muito bem recebidos. Ninguém queria. Houve olhares de pânico, até. Negociámos: experimentávamos uma vez, eles fingiam que gostavam e se corresse mal na sessão a seguir falávamos sobre o assunto e nunca mais se repetiria a experiência. Estava disposta a cumprir a promessa, mas não é que gostaram? Todos pediram para repetir a experiência, e os que não foram (sim, claro que houve quem faltasse) manifestaram pena genuína de não terem vindo.


Levei bolo, acho que ajudou (tudo fica melhor com chá e bolo, até as orações!). Vegan, porque o J. não come produtos de origem animal. Mas curiosamente, ninguém referiu o bolo e o momento do chá como sendo a sua parte preferida. Pelo sim pelo não, é melhor não saltar esta parte...

Ingredientes
Bolo:
  • 4 c. sopa de linhaça amarela moída
  • 12 c. sopa de água
  • 1 cháv. açúcar amarelo
  • 1/2 cháv. óleo
  • 1 cháv. leite de arroz
  • sumo e raspa de 2 limões
  • 2 cháv farinha integral
  • 2 c. chá fermento

Cobertura de chocolate:
  • 100 gr chocolate de culinária
  • 1 c. sopa margarina
  • 1 c. sopa leite de arroz
  • confeitos coloridos (opcional)

Modo de fazer:
1 - Misturar a linhaça com a água e deixar repousar 10 min.
2 - Bater a pasta de linhaça com o açúcar amarelo. Juntar o óleo, o leite de arroz e o sumo de limão de bater bem. Misturar a farinha, o fermento e a raspa de limão, mexendo bem com uma colher de pau.
3 - Despejar numa forma untada e enfarinhada e levar ao forno durante 40 min, a 180ºC.
4 - Deixar arrefecer e desenformar.
5 - Entretanto preparar a cobertura, levando os ingredientes todos ao lume até derreter. Cobrir o bolo e enfeitar com os confeitos coloridos.

Fomos assim, eu e o J. cheios de coisas e preparados para a guerra!

12 fatias
Cerca de 300 kcal/fatia.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Farófias com doce de ovos e amêndoa torrada


Não havia nada.

Vinha a minha irmã e o meu cunhado almoçar cá a casa e eu sem tempo nem ingredientes para uma sobremesa.


Havia ovos. Muitos ovos caseiros, das galinhas do meu pai. Não havia quase açúcar, mas tinha um restinho de um pacote de amêndoa em pedaços.

Não é preciso muito mais para fazer uma sobremesa deliciosa, que como único defeito ter feito pouca!


Ingredientes 

  • 8 ovos
  • leite q.b. (usei leite de amêndoa)
  • 8 c. sopa açúcar
  • 50 gr de miolo de amêndoa granulado
  • Essência de baunilha q.b.


Modo de Fazer
1 - Separar as claras das gemas. Bater as claras em castelo firme com 3 c. sopa açúcar.
2 - Num tacho, levar ao lume o leite e cozer nele colheradas de claras, até que fiquem durinhas. Dividir por quatro tacinhas.
3 - Levar ao lume as gemas com o restante açúcar e a essencia de baunilha, mexendo sempre com uma vara de arames até obter um creme espesso. Despejar em cima das claras.
4 - Numa frigideira, torrar ligeiramente as amendôas. Cobrir a sobremesa e servir!

Para 4 pessoas
Aprox. 276 kcal/porção


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Pavlova de Chocolate com Framboesas e Mirtilos


Tenho 23 anos e estou quase a meio caminho dos 24. De repente, cresci (ou melhor, tornei-me adulta, porque nao ultrapassei os meus orgulhosos 1,55m). A minha vida não está nem de perto nem de longe organizada como eu imaginava que estaria aos 23 anos. A bem dizer, acho até que nunca estive tão perdida (não escolham Psicologia. Nunca, nunca.). É impossível pensar em casar, ter filhos, sair de casa, comprar um carro, fazer férias, pensar no que vai ser a minha vida para o mês que vem, sequer. 


De certeza que muitos de vocês estarão na mesma situação (ou pior!). Mas não somos todos. Assim, o meu circulo de amigos divide-se em dois: entre aqueles que ainda não sabem o que fazer a vida, que ainda estão a estudar ou a saltitar de trabalho em trabalho precário, e aqueles que já têm trabalho, casa, um sofá na sala e panelas na cozinha, que moram juntos e/ou vão casar e que estão a pensar em ter ou já tiveram filhos. E foi assim que a minha irmã saiu da casa, casou, e que estão mais amigos  e ex-colegas com planos de casar brevemente, que vão ter ou já tiveram um filho (ou dois!). Enfim, que já estão organizados.


E isto é bom. É bom ouvir noticias de casamentos, ajuntamentos, gravidezes e nascimentos. É bom ver amigos a realizarem sonhos. E também é bom que, devido a estas transições na vida, se retomem alguns contactos já meio perdidos. 


Foi o que aconteceu com a L. A L. é uma amiga do secundário e, como acontece muitas vezes, com o inicio da faculdade fomos-nos afastando. Ia acompanhando a vida dela pelo facebook (digam o que disserem, trouxe mais coisas boas que más à vida da maioria das pessoas), e foi assim que soube da sua gravidez e do nascimento do D., que é apenas o bebé mais fofo de sempre. E foi assim que combinámos um jantar, em casa da minha irmã e do marido (na altura noivo), para pôr-mos a conversa em dia.


Já não sei porque me decidi pela combinação chocolate e frutos vermelhos, mas ficou deliciosa e super intensa! Houve quem a achasse enjoativa, mas eu achei que estava perfeita! A receita fiz a mesma daqui.



Ingredientes
PAVLOVA
5 claras
250 gr gr açúcar
3 c. sopa de chocolate em pó
1 c sopa de vinagre balsâmico
100 gr de chocolate de culinária picado

COBERTURA
100 gr de chocolate de culinária
100 ml de natas
framboesas e mirtilos q.b.

Modo de fazer:
PAVLOVA
1 - Pré-aquecer o forno a 180ºC.
2 - Bater as claras em castelo. Juntar o açúcar uma colher de cada vez e bater até as claras ficarem bem firmes. Juntar o vinagre e o chocolate picado e envolver bem.
3 - Forrar um tabuleiro com papel manteiga e distribuir a massa, formando um circulo. Levar ao forno por uma hora. Ao fim desse tempo, deixar a pavlova arrefecer completamente dentro do forno, deixando a porta entreaberta.

COBERTURA
1 - Levar as natas e o chocolate em lume mínimo, mexendo bem até o chocolate derreter.
2 - Cobrir o interior da pavlova com estre molho de chocolate
3 - Decorar com as framboesas e os mirtilos.

Digam lá se não fica com um ótimo aspeto?


Para 10 fatias
Cerca de 274 kcal/fatia

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Pipocas - as definitivas, as melhores do mundo, e de como elas chegaram até mim.


A minha busca pelas pipocas perfeitas remonta de há muito, muito tempo atrás. Eu adoro pipocas, adorava conseguir fazê-las bem.
Mas o facto é que corriam sempre mal.


Contei-vos aqui das minhas tentativas de pipocas que saíam todas esturradas. Contei-vos mais tarde também uma tentativa de fazer pipocas no microondas, sem gordura, em que o balde derreteu (lembram-se?). Pelo meio, afirmei que tinha encontrado a melhor receita de pipocas de sempre, a infalível, a derradeira, a última da minha saga de experimentação das pipocas. Pareciam-me perfeitas e declarei a minha busca por terminada. Sou tão parva.


Nem vinte e três dias depois, tinha um gajo qualquer a mandar-me mensagem para o facebook, a dizer que as pipocas da mãe eram melhores que estas. Exigia-me, a troco da receita que jurava a pé juntos ser hiper mega ultra maravilhosa, de fazer-nos ir ao céu e ouvir os anjinhos a cantar (ok, ele não dizia bem isto assim, mas a mensagem era parecida), que eu o aceitasse como amigo no facebook. Porque receitas destas, "só a amigos" e eu ainda não era amiga dele. Pelo meio, foi-me picando com fotos das pipocas que, à primeira vista, pareciam pipocas perfeitamente normais, mas... pipocas fáceis? Deliciosas? De ouvir os anjinhos a cantar? Depois de todas as garantias que ele não era um stalker-depravado-violador-doente mental, não resisti. 


Resumindo a história: aprendi a fazer as pipocas. Pelo meio também o fiquei a conhecer, e, para além das pipocas, muitas mais coisas nele são maravilhosas e deliciosas e de fazer ouvir os anjinhos a cantar. Há um ano que é a minha coisinha boa mais linda do meu coração, que tornou também o meu coração mais doce à custa de pipocas e de muitas outras coisas, e que foi tornando os meus dias cada vez mais felizes. 


Eras só um gajo qualquer. Um gajo qualquer estranho que meteu conversa comigo um dia por causa de uma receita de pipocas, que eu julgava a melhor do mundo. Como achava ser melhor uma data de coisas que eu já tinha. 

Estava enganada. O melhor és tu :)

(se ainda tenho dúvidas que este blogue me trouxe coisas boas? Nenhumas!) 

Ingredientes
  • Óleo q.b.
  • Pipocas q.b.
  • 6 c. sopa açúcar

Modo de fazer:
1 - Numa panela de pressão (aquece melhor e são mais estreitas e altas) cobrir o fundo com bastante óleo e com uma camada de pipocas. Levar ao fogão com o lume no máximo. Tapar com uma tampa, deixando-a um pouco entreaberta. 
2 - As pipocas vão saltando, e NÃO É PRECISO MEXER. As pipocas quando saltam vão ficando mais leves e vão subindo. 
3 - Quando pararem de saltar, tirar do lume. Retirar metade das pipocas. Na outra metade, juntar metade do açúcar e levar novamente ao fogão, sempre com o lume no máximo. Mexer sempre com uma colher de pau, até o açúcar derreter (fica a parecer água no fundo da panela) e envolver bem as pipocas neste açúcar derretido.
4 - Retirar as pipocas e repetir com a outra metade. Deixar arrefecer e comer!

As pipocas não ficam "caramelizadas", mas ficam super docinhas e super estaladiças. Para vocês terem uma ideia, as pipocas do cinema são agora uma desilusão.
Ao contrário das outras receitas, não ficam com uma panela escura, que tem de se esfregar imenso para retirar o caramelo do fundo: basta pôr debaixo de água e quando a panela arrefecer lavar normalmente. Já não quero outra coisa!

E desta vez não há calorias para ninguém, que os posts felizes e as boas receitas não merecem ser alvo de "desmancha-prazeres". 


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Coquinhos de Laranja e Vinho do Porto



Olá a todos! Voltei, e comigo voltaram muuuitas receitinhas! Preparem-se :)
Peço desculpa pela pausa prolongada, mas a tese e complicações várias a nível pessoal não deixaram muito tempo livre para o blogue (confesso que ter ficado recentemente viciada em Guerra dos Tronos também abonou pouco ao meu regresso :P ), mas agora espero regressar em força!

A história destes coquinhos é estranha, e começa com algo inevitável a quase todas as mulheres: período menstrual. Desde sempre que para mim a menstruação e tudo associado é uma complicação, desde dores do demónio a várias complicações hormonais. Mas de uma coisa eu me julgava imune: ao TPM!

Nunca, mas nunca, mas nunca, nunca, tinha notado alterações de humor que pudessem resultar da tão famosa Tensão Pré-Menstrual. Tenho mau feitio, mas nunca me pareceu demasiado intenso nesta altura, e julgava até que isto era uma desculpa como outra qualquer para as mulheres aproveitarem para ser chatas à vontade e entupirem-se de gelado de chocolate.


E os deuses vingaram-se de mim.

Desde que comecei uma nova pílula (a pílula não devia impedir o TPM?!), que uma semana antes de me aparecer o período parece que a minha vida vai acabar. É a tristeza infinita, o limiar de frustração rente ao chão, os nervos prestes a explodir por qualquer coisa... e dois fenómenos que nunca ouvi referir por ninguém em falando de TPM: alucinações olfativas e desejos por comidas especificas. 

Tudo me cheira mal. Nomeadamente, parece que tudo me cheira a transpiração. "Sou eu?", "De certeza que não cheiro a nada?", "Vou só por desodorizante mais uma vez... sim, sei que já pus 10 vezes e ainda nem são três da tarde". E os desejos por comidas especificas, algumas que nunca gostei sequer de comer. Como os coquinhos.



Passei o dia inteiro com os coquinhos na cabeça. "E se eu fizesse coquinhos?". Problema: eu não gosto de coquinhos. Aliás, eu diria até que detesto coquinhos. Ou melhor, achava eu que detestava. O meu pai fazia um coquinhos muito simples, eu já nem me lembrava da receita. Não tinha coco, não tinha receita, não gostava de coquinhos: mas tinha de os fazer! (até me apertava o peito, uma coisa mesmo estúpida!). Fui comprar coco, pesquisei uma receira jeitosa no blogue Palavras que Enchem a Barriga e meti mãos à obra. Ok, também não tinha laranja, usei tangerina e alterei ligeiramente a receita. Ficaram absolutamente deliciosos, e mataram o meu desejo parvo de coquinhos. E o mundo pareceu-me logo melhor. 

Ingredientes

  • 200 gr coco ralado
  • 150 gr açúcar
  • 3 gemas de ovo
  • 1 cálice de vinho do porto
  • Sumo e raspa de 3 tangerinas pequenas

Modo de Fazer:
1 - Misturar o coco, o açúcar e as gemas.
2 - Juntar o cálice do vinho do Porto, a raspa e o sumo de laranja. Envolver.
3 - Colocar em forminhas e levar ao forno pré-aquecido a 180º durante 15 minutos.

Uma delícia!

Para 30 coquinhos
Apox. 74 kcal/coquinho